domingo, 11 de abril de 2010

NINGUÈM ME VENHA DAR VIDA ...

Ninguém me venha dar vida,
que estou morrendo de amor,
que estou feliz de morrer
que não tenho mal nem dor,
que estou de sonho ferida,
que não me quero curar,
que estou deixando de ser
e não me quero encontrar
que estou dentro de um navio,
que sei que vai naufragar,
já não falo e ainda sorrio,
porque está perto de mim,
o dono verde do mar
que busquei desde o começo,
e estava apenas no fim.

Corações, porque chorais?
Preparai meu arremesso
para as algas e os corais.

Fim ditoso, hora feliz:
guardai meu amor sem preço,
que só quis a quem não quis.


Cecília Meireles





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sexta-feira, 2 de abril de 2010

SAUDADE

Eu não sei se é saudade , este aperto que me agonia.
Penso em ti, porque te gosto, e sinto dor de te pensar.
Estremeço a tua ausência e não a quero acreditar.
Fecho os olhos, para não ver, mas a dor não alivia.
Busco amores qu'então me deste, ficas minha companhia.
Abro os olhos, quero ver-te, cega presto o meu olhar.
Já não sei se me aquiete e afrouxe o meu cuidar,
ou se alongue a minha dor, do calvário à ironia
de saber que vou morrendo, amiude, devagar,
num sonho meu de ternura, como gosto de lhe chamar...


Saudades do meu irmão Rui

maria




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