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12 janeiro 2010
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Do nada,
do silêncio que se ouve quando a ordem das coisas parece ser vida,
surge o grito.
A terra esventra-se num ímpeto de fúria e de soberba,
e a cidade rasteira-se.
Desmorona-se o baralho de cartas , que habilmente e com a fragilidade que se impõe, se ergueu em pirâmide, sobre o fio da navalha.
E surge o CAOS.
Tanta alma humana esmagada, esfacelada, dilacerada...
Os vivos que se erguem, caminham como loucos, no susto da morte, para nenhures.
Não há razão que se ajeite.
Não há olhos que se fechem à crueldade geo física
27 dias depois, continuam nos nossos ouvidos, os gemidos incessantes de vidas que se esvaem lentamente.
Ficou um lugar sem portas, completamente escancarado à mendicidade alheia, e vimos que o resto do mundo foi pronto em generosidades.
Mas a perda, é dor no âmago. Está onde a atenção humana não chega.
E cá longe, no conforto deste meu canto onde escrevo, ela incomoda tanto quanto eu não queria,
porque esta dor não se cura.
Eu sei que ela mata devagarinho...
maria
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